quarta-feira, 20 de maio de 2009

Etanol e a mitigação das mudanças climáticas

Por: Fabrizio A. Ribeiro



Os professores VIANNA, J.N.S.; DUARTE, L.M.G; WEHRMANN, M.E.S.F, no artigo Contribuição do Etanol para mitigação das mudanças climáticas buscam fazer uma avaliação preliminar do potencial da cadeia produtiva e o uso do etanol como combustível, na redução das emissões de gases de efeito estufa. Para isso, são analisados dois elos da cadeia produtiva.
a). A colheita manual da cana-de-açúcar;
b). O uso do etanol como combustível exclusivo e a mistura com a gasolina.

A base metodológica do trabalho consiste em identificar as diversas recomendações e conclusões do Relatório do IPCC e sua relação na cadeia produtiva do etanol; ferramentas utilizadas no Relatório de Referência do MCT (2006); estudo comparativo entre emissões resultantes do uso do etanol e da mistura gasolina-álcool em veículos leves.

Sobre a queima da palha para a desfolhagem, na colheita manual da cana-de-açúcar, foi ressaltada a geração de aproximadamente 77x106 tonelada de CO². Destacando que, somente 3,57 x106 toneladas têm efeito sobre o aquecimento global. E que devemos levar em consideração o avanço da mecanização da colheita que impacta diretamente na redução emissão de CO², e a comercialização do crédito de carbono.

O tocante ao uso do etanol como combustível foi salientado que, em 2007 a frota de veículos leve foi estimada em 19.446.027 automóveis: 14.396.542 veículos a gasolina, 2.631.696 veículos a álcool e 2.417.798 veículos Flex. Essa frota foi submetida a dois métodos de estimativa de emissões veiculares (IPCC, 2006). O primeiro consiste em analisar o consumo de combustível e o segundo a distância média percorrida. A partir da distância média percorrida e o número de veículos são projetados as emissões de gases para cada combustível. Vianna, afirma que “o uso do etanol puro ou misturado à gasolina traz benefícios ambientais.

A adição de álcool atribui à gasolina qualidade anti-detonante, dispensando o uso do chumbo, altamente maléfico à saúde humana, melhorando a eficiência energética do moto, (...) e evitando a emissão 9,9 Mt de CO²”, com base na frota atual.

O etanol proveniente da cana-de-açúcar se diferencia pelo seu reduzido impacto ambiental em relação às fontes fósseis de energia. Porém, esse processo deve ser acompanhado por um forte esquema de planejamento, controle e fiscalização com vistas às preocupações ambientais. Ademais, os impactos ambientais do etanol devem ser analisados em toda sua cadeia produtiva e não de forma isolada, assim como os combustíveis fósseis.
Vale ressaltar que as pesquisas voltadas para o desenvolvimento comercial de novas tecnologias para a obtenção de álcool a partir de celulose e a biotecnologia (biocombustíveis de 2ª geração) prometem dar um novo impulso á produção mundial de etanol e na mitigação dos problemas climáticos.

Fabrizio de Almeida Ribeiro

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