O Brasil alcançou a 13ª posição na classificação mundial em produção científica em 2008, ultrapassando a Rússia (15ª) e a Holanda (14ª), de acordo com informações da Web of Science divulgadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). De 19.436 artigos publicados em 2007, a produção brasileira subiu para 30.415 em 2008, com um aumento de 56%, como resultado, segundo a Capes, da atuação das universidades e centros de pesquisa que atuam na pós-graduação universitária. (Fapesp, 2009)
A minha maior preocupação é saber como essas produções científicas têm impactado, transformado o cotidiano dos milhões de brasileiros que estão na miséria. O Brasil avança na produção científica, mas a cruel desigualdade social ainda persiste. Isso sem fala do impacto no meio ambiente. Aonde está a nossa falha no quesito C,T&I? Considero que o "nosso erro" está no enfoque adotado na Política Científica e Tecnologica que vai do modelo Ofertista-Linear ao enfoque Evolucionário, sempre emulando a pauta, problemas e soluções desenvolvidas nos países centrais e outra, não mesmo importante, consiste no mito da neutralidade da C,T&I .
No modelo Ofertista-Linear as reflexões geram respostas inadequadas aos problemas latino-americanos (exs: estímulo a formas particulares de relações entre universidades e o setor produtivo; estímulo ao aumento do número de mestres e doutores como condição suficiente para alavancar o desenvolvimento em C&T...). O enfoque Evolucionário construído nos países centrais tem o foco analítico nas empresas e como elemento chaves a tão venerada inovação.
Nos próximos meses estaremos discutindo os interesses e impactos desses modelos no processo de desenvolvimento brasileiro, bem como os enfoques que oferecem alternativas a política hegemônica de Ciência, Tecnologia e Inovação.
por: Prof. Fabrizio de Almeida Ribeiro
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