De 7 a 18 de dezembro de 2009, lideranças de todo o planeta estarão reunidas em Copenhague para firmar acordos mundiais sobre a grave ameaça das mudanças climáticas. É inquestionável que este problema já está em curso, com efeitos dramáticos e potencialmente catastróficos para todos nós.
Ainda é tempo de evitar o pior, mas é preciso agir imediatamente! A transição para uma economia de baixo carbono pode trazer grandes benefícios, mas isso depende de como agirmos agora.
O Brasil tem papel fundamental nessa luta, já que é um líder nas negociações internacionais, mas também um dos maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa. Mas sua postura ainda é tímida quando se trata de assumir decisões firmes e ousadas para sanar o problema. Falha também ao não dar o exemplo, colocando em prática no país, todo o discurso que apresenta no exterior.
Por isso nós, abaixo-assinados, reivindicamos que - além de implementar as necessárias políticas nacionais - as autoridades brasileiras assumam já o compromisso de defender ativamente no plano internacional o avanço para um acordo climático global que possa, no mínimo:
- Garantir que o aquecimento global ficará bem abaixo dos 2oC em relação à média histórica, estabelecendo metas e mecanismos para que, antes de 2020, comecem a decrescer as emissões globais de gases do efeito-estufa.
- Reduzir as emissões dos países desenvolvidos em pelo menos 45% até 2020, frente aos níveis de 1990.
- Estabelecer objetivos mensuráveis, verificáveis e reportáveis para redução substancial das emissões de países em desenvolvimento emergentes e em rápido crescimento econômico, viabilizados por medidas apropriadas a cada país.
- Apresentar medidas concretas de mecanismos e compromissos de aportes financeiros para apoiar países em desenvolvimento na estabilização e posterior redução de emissões, e na sua adaptação às mudanças climáticas.
- Aprovar a criação de soluções e mecanismos de REDD (Reduções de Emissões Associadas ao Desmatamento e à Degradação Florestal), justos e aplicáveis a curto prazo.
- Promover a sustentabilidade e dignidade do desenvolvimento humano e a integridade dos processos ecológicos, mediante a transformação da economia e o fortalecimento da democracia.