segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Educação para o século XXI

O século XXI trouxe consigo diversos desafios. A desconstrução das bases mais sólidas da sociedade contemporânea parece ser a grande motivação deste novo tempo e a educação é a propulsora deste processo.

O conceito de modernidade que invoca, sobretudo, o avanço da humanidade sobre os meios de produção, comunicação e exploração de recursos, tem sido um dos paradigmas largamente debatidos e questionados nos vários setores da nossa atual conjuntura social. A espécie humana é convidada a rever todos os seus conceitos. O que era “bom”, ou o que se buscava alcançar, já não parece ser tão eficiente como em outros tempos. Tudo é mutável. Tudo está interligado. Tudo é interdependente.

Ao passo em que o ser humano depara-se constantemente com os mesmos problemas que tem afetado a sua existência por toda a história, um novo conceito de qualidade de vida tende a surgir. A evolução da consciência passa a ter um papel primordial para a sobrevivência da espécie e de todo o planeta. Os velhos padrões e conceitos idealizados para “mundo moderno” não são mais aceitáveis. As intervenções ambientais degradantes, a competitividade trabalhista e comercial justificadas como condutas inerentes à “natureza humana”, e a submissão humana por todas as instituições industriais, religiosas, financeiras, e tantas outros instituições manipuladoras, não são mais integrantes à nova ordem que desenha no novo mundo ambientalmente sustentável com relações humanas mais éticas e solidárias.

O Brasil, um país em pleno desenvolvimento econômico, começa a perceber que a qualidade de vida de seus habitantes está diretamente liga à qualidade do ambiente em que os mesmos encontram-se. Não será instalando grandes áreas de monocultura, em detrimento total dos recursos florestais, que a fome e a miséria desaparecerão. Abdicar da limpidez do ar, dos solos e da água em favor do acúmulo de riquezas materiais por parte de uma minoria privilegiada já não é admissível. O Brasil, como grande parte dos países em desenvolvimento, relutam em seguir fomentando práticas ambientalmente insustentáveis que foram implementadas – e que continuam, ainda, a serem realizadas – por países desenvolvidos. O sistema monetário mundial, fortalecido pelos mecanismos desenvolvidos pela globalização, escraviza as nações e disseminam todas as mazelas advindas de suas práticas corruptas: a fome, o acúmulo de capital, a segregação social, e sobretudo, o analfabetismo e alienação.

A educação tem sido através dos tempos a grande ferramenta de mobilização e libertação social. É através dela que o ser humano poderá compreender o meio em que vive, descobrir as suas reais potencialidades, e destruir facilmente as amarras que o prendem a este mundo indesejável.

O acesso a um sistema de ensino efetivo assegura cidadania aos homens tornando-os mais críticos e livres. A visão de uma modernidade alicerçada com velhas normas, velhos padrões, antigas tradições, apenas sustentará o atual perfil humano para as próximas gerações. O homem é o mesmo de antes. “Ainda é bruto, violento, agressivo, aquisitivo, competitivo, e ele, construiu uma sociedade nestes termos”. O conhecimento e o acesso à educação transformam o homem, transformam o seu meio e suas relações.

A educação é a única ferramenta capaz de traduzir as promessas de modernidade em relações mais humanas, democráticas, equânimes e éticas.

Daniel Rocha Cangussu Alves

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 15


Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão plenária de debate informal na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15)

Copenhague-Dinamarca, 18 de dezembro de 2009

Senhor Presidente,
Senhor Secretário-Geral,
Senhores e senhoras chefes de Estado,
Senhores e senhores chefes de Governo,
Amigos e amigas,

Confesso a todos vocês que estou um pouco frustrado porque há muito tempo discutimos a questão do clima e, cada vez mais, constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar.

Pensando em contribuir para a discussão nesta Conferência, o Brasil teve uma posição muito ousada. Apresentamos as nossas metas até 2020, assumimos um compromisso e aprovamos no Congresso Nacional, transformando em lei que o Brasil, até 2020, reduzirá as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9%, baseado em algumas coisas que nós consideramos importantes: mudança no sistema da agricultura brasileira; mudança no sistema siderúrgico brasileiro; mudança e aprimoramento da nossa matriz energética, que já é uma das mais limpas do mundo; e assumimos o compromisso de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020.

E fizemos isso construindo uma engenharia econômica que obrigará um país em desenvolvimento, com muitas dificuldades econômicas, a gastar até 2020 US$ 166 bilhões, o equivalente a US$ 16 bilhões por ano. Não é uma tarefa fácil, mas foi necessário tomar essas medidas para mostrar ao mundo que, com meias palavras e com barganhas, a gente não encontraria uma solução nesta Conferência de Copenhague.

Tive o prazer de participar ontem à noite, até às duas e meia da manhã, de uma reunião que, sinceramente, eu não esperava participar, porque era uma reunião onde tinha muitos chefes de Estado, figuras das mais proeminentes do mundo político e, sinceramente, submeter chefes de Estado a determinadas discussões como nós fizemos antes [ontem], há muito tempo eu não assistia.

Eu, ontem, estava na reunião e me lembrava do meu tempo de dirigente sindical, quando estávamos negociando com os empresários. E por que é que tivemos essas dificuldades? Porque nós não cuidamos antes de trabalhar com a responsabilidade com que era necessário trabalhar. A questão não é apenas dinheiro. Algumas pessoas pensam que apenas o dinheiro resolve o problema. Não resolveu no passado, não resolverá no presente e, muito menos, vai resolver no futuro. O dinheiro é importante e os países pobres precisam de dinheiro para manter o seu desenvolvimento, para preservar o meio ambiente, para cuidar das suas florestas. É verdade. Mas é importante que nós, os países em desenvolvimento e os países ricos, quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, não pensemos que estamos dando uma esmola, porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gases de efeito estufa feita durante dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro.

Não é uma barganha de quem tem dinheiro ou quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério, é um compromisso para saber se é verdadeiro ou não o que os cientistas estão dizendo, que o aquecimento global é irreversível. E, portanto, quem tem mais recursos e mais possibilidades precisa garantir a contribuição para proteger os mais necessitados.

Todo mundo se colocou de acordo que precisamos garantir os 2% de aquecimento global até 2050. Até aí, todos estamos de acordo. Todo mundo está consciente de que só é possível construirmos esse acordo se os países assumirem, com muita responsabilidade, as suas metas. E mesmo as metas, que deveriam ser uma coisa mais simples, tem muita gente querendo barganhar as metas. Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos períodos.

Todos nós sabemos que é preciso, para manter o compromisso das metas e para manter o compromisso do financiamento, a gente, em qualquer documento que for aprovado aqui, a gente tem que manter os princípios adotados no Protocolo de Quioto e os princípios adotados na Convenção-Quadro. Porque é verdade que nós temos responsabilidades comuns, mas é verdade que elas são diferenciadas.

Eu não me esqueço nunca que quando tomei posse, em 2003, o meu compromisso era tentar garantir que cada brasileiro ou brasileira pudesse tomar café de manhã, almoçar e jantar. Para o mundo desenvolvido, isso era coisa do passado. Para a África, para a América Latina e para muitos países asiáticos, ainda é coisa do futuro. E isso está ligado à discussão que estamos fazendo aqui, porque não é discutir apenas a questão do clima. É discutir desenvolvimento e oportunidades para todos os países.

Eu tive conversas com líderes importantes e cheguei à conclusão de que era possível construir uma base política que pudesse explicar ao mundo que nós, presidentes, primeiros-ministros e especialistas, somos muito responsáveis e que iríamos encontrar uma solução. Ainda acredito, porque eu sou excessivamente otimista. Mas é preciso que a gente faça um jogo, não pensando em ganhar ou perder. É verdade que os países que derem dinheiro têm o direito de exigir a transparência, têm direito até de exigir o cumprimento da política que foi financiada. Mas é verdade que nós precisamos tomar muito cuidado com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos países mais pobres. A experiência que nós temos, seja do Fundo Monetário Internacional ou seja do Banco Mundial nos nossos países, não é recomendável que continue a acontecer no século XXI.

O que nós precisamos... e vou dizer, de público, uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países. Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo numa proposta final, aqui neste encontro.

Agora, o que nós não estamos de acordo é que as figuras mais importantes do planeta Terra assinem qualquer documento, para dizer que nós assinamos documento. Eu adoraria sair daqui com o documento mais perfeito do mundo assinado. Mas se não tivemos condições de fazer até agora – eu não sei, meu querido companheiro Rasmussen, meu companheiro Ban Ki-moon – se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá neste plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora. Não sei.

Eu acredito, como eu acredito em Deus, eu acredito em milagre, ele pode acontecer, e quero fazer parte dele. Mas, para que esse milagre aconteça, nós precisamos levar em conta que teve dois grupos trabalhando os documentos aqui, que nós não podemos esquecer. Portanto, o documento é muito importante, dos grupos aqui.

Segundo, que a gente possa fazer um documento político para servir de base de guarda-chuva, também é possível fazer, se a gente entender três coisas: primeiro, Quioto, Convenção-Quadro, MRV, não podem adentrar a soberania dos países – cada país tem que ter a competência de se autofiscalizar – e, ao mesmo tempo, que o dinheiro seja colocado para os países efetivamente mais pobres.

O Brasil não veio barganhar. As nossas metas não precisam de dinheiro externo. Nós iremos fazer com os nossos recursos, mas estamos dispostos a dar um passo a mais se a gente conseguir resolver o problema que vai atender, primeiro, a manutenção do desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Nós passamos um século sem crescer, enquanto outros cresciam muito. Agora que nós começamos a crescer, não é justo que voltemos a fazer sacrifício.

No Brasil ainda tem muitos pobres. No Brasil tem muitos pobres, na África tem muitos pobres, na Índia e na China tem muitos pobres. E nós também compreendemos o papel dos países mais ricos. Eles, também, não podem ser aqueles que vão nos salvar. O que nós queremos é apenas, conjuntamente, ricos e pobres, estabelecer um ponto comum que nos permita sair daqui, orgulhosamente, dizendo aos quatro cantos do mundo que nós estamos preocupados em preservar o futuro do planeta Terra sem o sacrifício da sua principal espécie, que são homens, mulheres e crianças que vivem neste mundo.

Muito obrigado.

Fonte: www.cop15brasil.gov.br

COP 15 - Sucesso ou fracasso?

A COP 15 – 15ª Conferencia das Partes que esta ocorrendo em Copenhague desde o dia 7 de Dezembro esta condenada ao fracasso segundo a ex presidente da conferencia sobre mudança climática, Conni Heegaard, ministra do Meio Ambiente da Dinamarca. Se dependesse das manifestações em prol do sucesso de um acordo em prol das reduções das emissões de gases estufa a COP 15 seria sempre lembrada com grande entusiasmo. Mas infelizmente não é isso que está ocorrendo, as manifestações estão acontecendo em todo o mundo, mas as divergências entre os lideres mundiais são maiores e mais fortes na capital dinamarquesa.

Os presidentes Lula e o francês Nicolas Sarkozy nesta quinta feira se reuniram com mais 30 países para tentar consenso sobre nova proposta de acordo.

Gerando grande expectativa por todo o mundo, o Brasil tem sido destaque nas negociações por ter assumido posição de liderança nas negociações principalmente por ter se comprometido voluntariamente com metas de redução de emissão de CO2 em torno de 40 % e redução no desmatamento da Amazônia em 80% até 2020.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Respiração da Terra

Além de indicar quantos nascem e morrem no mundo a cada instante, colocando o cursor em cima, de cada país, você obtém outras informações, como a sua população e as respectivas emissões de Co2.
É notável (e preocupante) o movimento na China e na Índia.

Clicar no link abaixo:

http://www.breathingearth.net/


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sustentabilidade com diversão!

Com a situação do planeta pedindo mudanças e a força dos hábitos jogando contra, um movimento sugere usar a diversão para transformar o que quisermos. Afinal, quem é que gosta de se sentir obrigado a alguma coisa? É só ouvir "tem que" ou "deve" que uma partezinha 'do contra' se acende dentro de cada um, não é verdade?

Por isso, "The Fun Theory" - A Teoria da Diversão pôs um site no ar para coletar e divulgar formas divertidas de motivar melhores atitudes. Como, por exemplo, uma escada que toca música.


Com isto, 66% pessoas escolheram subir os degraus, em vez de usar a escada rolante. Sem dúvida, um benefício a sua saúde física. E o gasto para as notas tocarem são menores do que para manter a escada rolante funcionando. Este uso reduzido permitiria mudar seu sistema para iniciar apenas quando alguém pisasse em seu início. Que tal?

Quem tiver boas idéias para sugerir concorre a um prêmio de 2.500 euros. Confira no site: http://www.thefuntheory.com/

Como já diz uma corrente popularizada nas Ecovilas, "se não for divertido, não é sustentável".

Fonte: http://www.bancodoplaneta.com.br/profiles/blogs/mudanca-divertida-e-mais-facil

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

"Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para os filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o planeta?"
Regina

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Projeto Coleta Óleo nas Escolas (1º sorteio na E.M. João Luiz de Oliveira)


No dia 1 de Dezembro houve o sorteio de brindes na Escola Municipal João Luiz de Oliveira, referente ao projeto "Coleta óleo nas Escolas". Esta escola foi a que mais arrecador óleo, sendo 56 litros em 15 dias. A presidente da ONG EPA BARRUS, Luciane Puglisi Marreto , iniciou a programação com uma palestra sobre impactos ambientais causados pelo óleo usado interagindo com os alunos.

A gestora Lídia Carla foi responsável em tirar os cupons da urna. Neste momento os alunos ficavam tensos na exectativa de serem comtemplados.


A professora Eucárice Cabó, junto com a equipe executiva da escola reforçavam o objetivo da campanha, e os benefícios para o meio ambiente em fazer a destinação correta do óleo usado.